SIG Intervenções Psicanalíticas

2023

  • Ao longo de todo o ano trabalhamos no Estatuto do Instituto da SIG

 

  • Encerramento do trabalho de escuta, com os professores e direção da escola de Bacupari, tendo os estagiários da SIG como observadores dos grupos.

 

  • Participação no projeto Acolhe UFSC, escuta quinzenais aos alunos da UFSC sobre os efeitos da pandemia e repetição de situações de violência e silenciamento (início 2021). Trabalho realizado pelos coordenadores dos 3 grupos: Ágata Barbi, Juliana Medeiros, Maria Izabel Freitas, Bruna Paranhos, Gustavo Sada e Giselda Endres e supervisionado por Marilena Deschamps da Silveira, Eurema Gallo de Moraes e Bárbara Conte, com o título Ouvidos Moucos: do desmentido à morte. Encerrado em 2023.

 

  • Programa Resistência Sempre de Paulo Cezar Ribeiro na TV Resistência Contemporânea em 4 encontros: Militarização e perpetuação dos Discurso de Ódio – Andreia Daltoé e Eurema Gallo de Moraes (18/05); Como lidar com os Discurso de Ódio – Maria Luiza Cruz e Miriam Burguer (25/05) e Testemunhos da Violência Marcio Cabral e Pedro Mandelli (01/06), Violência nas Escolas (29de junho) Debate: todos os participantes dos programas anteriores e Bárbara Conte. Programas disponíveis no youtube.

 

  • Narrativas: Pisando em ovos, abrindo caminhos: ecos da presença no controle social. Conselho Municipal de São Leopoldo e discussão com o SIG Intervenções. Junho de 2013.

 

Integrantes: 15 pessoas

Fundamentos

A ideia deste texto é traçar qual é o movimento do SIG Intervenções Psicanalíticas na SIG. Qual é o lugar do psicanalista nos grupos, a partir do estudo de conceitos como pertencimento, pertinência e identificação.

 

Freud (1921), em Psicologia das Massas e Análise do Ego, formula questões a partir de um fato que, uma vez que um indivíduo seja incluído em uma reunião de pessoas, passa a sentir, agir e pensar de maneira inteiramente diferente da esperada. A condição para isso é a sua inclusão numa reunião de pessoas que adquiriu a característica de um ‘grupo psicológico’.

No grupo SIG Intervenções Psicanalíticas, iniciamos esse projeto em 2010, na gestão de Almerindo Boff e desde essa data desenvolvemos o trabalho de intervenções e o estudo do que seria o lugar do psicanalista à frente de grupos que buscam situar-se enquanto grupo.  A proposta de escuta foi formulada a partir das seguintes ações: ouvir a fala do grupo a partir de que cada membro possa situar-se no grupo como indivíduo deste grupo. Escutar o que significa estar em grupo, a fim de que cada um possa se escutar a partir do seu lugar e buscar apropriar-se deste lugar. O lugar de pertinência de cada um num grupo.

Um grupo movimenta-se a partir da inclusão de um indivíduo e um indivíduo movimenta-se a partir da inclusão em um grupo. Como escutar o que é dito em um grupo a partir deste movimento? O lugar de abstinência de quem escuta a partir do referencial da Psicanálise é o lugar de não satisfazer o pedido de inclusão ao grupo. Alguém que ali está, mas não pertence.

A escuta de um indivíduo que propicie apropriar-se de seu lugar remete a este ponto da identificação. Nomear a que se identifica a partir da referência de seu lugar. Ou seja, a partir do grupo, descobre sua identificação. A intervenção proposta a partir da escuta psicanalítica ocorre a partir da própria escuta a partir de um ponto de referência sem o investimento no mesmo ideal. Isso é identificado com o grupo, mas sem pertencer ao mesmo grupo.

O lugar não sendo fixo, mas sendo um lugar em movimento, abre espaço para busca de referência do grupo a partir de seu movimento e não a partir de uma referência de fora. Podemos dizer que o objeto perdido, nestes casos, é o lugar de alguém que conduz a partir de um saber. Isso está perdido e é pedido.

Tendo claro que a orientação fundamental do lugar do psicanalista é não pertencer ao grupo e o objetivo é que cada um escute qual é o seu lugar de pertencimento ao grupo para que possa identificar-se, traçamos a nossa referência e a possibilidade que o grupo possa escutar seu movimento.

Histórico

O SIG Intervenções Psicanalíticas funciona desde março de 2010. Suas reuniões se realizam na sede da SIG, nas segundas e terceiras e quartas quarta-feira de cada mês e é aberto aos profissionais interessados, mediante a participação nas reuniões e o ingresso na SIG como membro colaborador. Tornou-se atividade optativa de estágio do EEP desde 2017 e desde 2018 está vinculado à Clínica Psicanalítica.

Em 2010, participavam do SIG Intervenções Psicanalítica: Almerindo Boff, Alexei Indursky (correspondente), Bárbara Conte (coordenadora), Cristina Herbstrith, Daniela Bratz,  Daniela Feijó, Eneida Cardoso Braga, Karine Prestes de Oliveira, Liege Didonet,  Marina Pacheco, Rafaela Degani e Simone Engbrech.

 

2020

Em função da pandemia do COVID 19 as atividades que eram presenciais foram suspensas e fizemos um projeto enquanto perdurar a pandemia que consiste em uma escuta coletiva das mulheres da Ocupação Mirabal e dos professores da escola Lígia Averbuck, através de cartas enviadas para um email do projeto e através das cartas elaboramos uma manifestação coletiva, da “escuta” das cartas.

Apoio aos educadores da Escola Ligia Averbuck

Retorno às atividades em 2021

 

Em dezembro de 2019 em nosso último encontro do ano, não pensávamos que não retornaríamos em 2020. A pandemia do COVID 19 impediu nossos encontros, rompeu com a proposta de fala e convite a pensar sobre o trabalho realizado pelos professores desta Escola tão especial.

 

Deste último encontro recortamos uma proposta de fala expressa a partir da carta de uma mãe que indagava sobre o fazer da escola. Em nosso grupo se propôs falar de “como a escola era vista de fora e por dentro: havia diferenças? O quê inspira a todos pensar “o que faz o Lígia a ser uma escola especial?”. Ao longo de todos os 10 anos que estamos junto a esse grupo de educadores esse tem sido o ponto que ressaltamos: as soluções encontradas pelo coletivo para as especificidades de seus alunos, cada um com sua demanda que ultrapassa a função do ensino. A esse contexto, onde já se discutia as possibilidades de trabalho frente à precarização do trabalho e a política de desmonte, se somaram os efeitos da pandemia. Ficamos sem espaço de fala, assim com os alunos ficaram sem o espaço de trocas e os professores sem o espaço do trabalho coletivo.

 

No início deste ano queremos nos recolocar em nossa função de escuta e propor um encontro, ainda virtual, onde possamos falar e reiterar nossa posição frente à função fundamental dos professores e da escola na vida das famílias que “por dentro e por fora” têm no Lígia Averbuck um espaço organizador de suas vidas.

 

O SIG Intervenções Psicanalíticas, projeto integrante da Sigmund Freud Associação Psicanalítica, se posiciona ao lado dos educadores da Escola, no sentido de que todos recebam a vacina e assim, ter proteção para pensar no retorno ao trabalho.

 

Estamos com vocês para juntos colocar em palavras as angústias decorrentes deste tempo que se tornou atemporal e desorganizador.

 

À favor da vacinação prioritária aos professores!

 

Sigmund Freud Associação Psicanalítica
SIG Intervenções Psicanalíticas

Último encontro presencial com o grupo de educadores do Colégio Ligia Averbuck, em Dezembro de 2019.
Democracia

Democracia

Assista às gravações do curso no canal de vídeos da Sig no YouTube – veja o link para a playlist abaixo. Este curso, aberto à comunidade, destina-se a pensar o
Intervenções e Atividades

Grupo de Estudo e Discussão – psicólogos que trabalham junto ao CREAS e CRAS

Este grupo ocorreu no segundo semestre de 2010 e através da discussão de temas como violência, família, abuso e função paterna, foram trabalhadas formas de intervenção dos profissionais envolvidos na rede de proteção social com adolescentes e suas famílias. Participaram: Eneida Braga e Marina Pacheco.

Metodologia: grupo de estudo e discussão quinzenal.

Grupo de escuta – Secretaria Municipal de Educação

Este trabalho ocorreu de abril de 2010 até final de 2012, mensalmente com as professoras que incluíam a equipe técnica da Educação Precoce e Pedagogia Inicial –EP/ PI.  O grupo trabalhou sua posição e composição enquanto grupo na rede de municipal no atendimento com crianças de 0 a 6, portadoras de dificuldades especiais para ingresso nas escolas municipais regulares. Trabalhamos os efeitos gerados neste grupo de profissionais, em função dos atendimentos realizados. Constitui-se, portanto, em uma proposta de capacitação tendo como pano de fundo a temática a inclusão /exclusão.

Metodologia: encontro mensal no espaço do Fórum da EP/PI, com 1h. e meia de duração. Participaram: Bárbara Conte e Eneida Braga.

Grupo de Escuta com residentes da Residência Multiprofissional do Hospital São Pedro

Esta intervenção ocorreu a partir de abril de 2011, no Hospital São Pedro com grupo de residentes R1 e R2 que participam da residência multiprofissional.

Metodologia: reuniões quinzenais com cada grupo. No grupo dos R1 participam Liége Didonet e Karine Prestes de Oliveira e no grupo dos R2, Simone Engbrecht e Daniela Feijó. Encerrado em 2012.

Grupo de escuta com professores da Escola Estadual Piratini

Grupos mensais com professores que foram desenvolvidos ao longo de agosto de 2011 até julho de 2012, e que tinha como foco as questões de sexualidade, violência e drogas dos alunos adolescentes da escola. Projeto Itau (capacitação de professores). Daniela Bratz e Luciana Lopez, Cristina Herbstrith.

Fórum do SIG Intervenções

Na Fundação Iberê Camargo, em outubro de 2012.

Grupo de Escuta dos professores da Escola Daltro Filho

De setembro a dezembro de 2012, do mesmo projeto do Itau, com Simone Engbrech, Dani Bratz, Cristina Herbstrit Rafaela Degani e Gustavo Scalco.

Clínicas do Testemunho/Comissão de Anistia, Ministério da Justiça

De 2012 até 2015 a maioria da equipe passou a se dedicar ao Projeto Piloto Clínicas do Testemunho.

Na segunda edição do Clínicas do Testemunho 2016 a 2017, o projeto foi sustentado pela APPOA e Instituto APPOA, que acolheu toda a equipe da SIG e desenvolveu o trabalho até sua conclusão.

Grupo de escuta com grupos vinculados ao Programa de Reassentamento Solidário no Rio Grande do Sul ASAV/ACNUR

Esta intervenção ocorreu de agosto de 2010 a janeiro de 2011, com uma família estrangeira reassentada, através do referido Programa. Foram trabalhadas as demandas referentes ao processo de imigração e suas repercussões. Foram realizados também atendimentos individuais, com refugiados colombianos e palestinos.

Metodologia: encontro semanal. Participaram: Liége Didonet, Alexei Indursky e Daniela Feijó.

Oficina sobre Trabalho e emprego para solicitantes de Refugio e Refugiados (ACNUR e Ministério do Trabalho)

Em 2013 se ampliou para o atendimento de famílias dos refugiados em programa de reassentamento ACNUR / ASAV e participação na equipe.

Neste mesmo ano passamos a ter uma cadeira nas discussões do COMIRATE e participação no GAIRE (grupo de atendimento ao imigrante, estrangeiro e refugiado).

O trabalho foi encerrado em 2016, pois foi encaminhado projeto para que houvesse pagamento pelo trabalho realizado, o que não se confirmou. Nesta ocasião havia uma nova demanda de refugiados sírios e definimos, entre todos, que havia a necessidade de um trabalho efetivo entre as equipes da SIG e ASAV. Esta proposta não se efetivou e encerramos nossa intervenção.

 2012, Liége Horst.

Intervenção no Projeto Interagir do Inter

Grupo sobre sexualidade para os monitores dos vários projetos que desenvolvem com a comunidade. (2011). Bárbara Conte, Fernanda Hoff, Luciana Rocha.

Em 2012, grupo dos pais das crianças atendidas no Interagir, com Luciana Lopes. Projeto Interagir foi encerrado em final de 2012, pois foi extinto, por mudança de diretoria.

Escola Municipal Lígia Averbuck

Desde 2012 até o presente momento, com grupo de escuta com professores (uma vez por mês) coordenado por Bárbara Conte, Eurema Gallo de Moraes, Isabel Doval.  Ao longo dos últimos dois anos os estagiários da SIG: Mariana Feltrin, Fernanda Zin e Gabriel Teitelbaum fizeram parte de vários grupos; grupo de monitores da escola (uma vez por mês), coordenado por Giordanna Conte Indursky e Ágata Barbi e o grupo da direção (uma vez por mês, coordenado por Bruna Fernandes e Fernanda Zin.

Exclusão e Inscrição Psíquica: da escuta psicanalítica no social

Apresentou o trabalho realizado ao longo dos 2 anos do SIG Intervenções e deu origem ao livro da SIG com o mesmo nome, organizado por Bárbara Conte e Silvana Henzel.

Diálogos com a Discência e a Docência

Em 2018, a SIG, representada pela presidente Eneida Braga e diretoras Isabel Doval e Luciana Lara firmou uma Ação de Extensão, com o Departamento de Estudos Especializados da Faculdade de Educação da UFRGS, com a coordenação de Aline Cunha Della Libera, que se intitulou Diálogos com a Discência e a Docência. O projeto foi desenvolvido ao longo de 2018 com os bolsistas da FACED na escola Estadual Edgar Luis Schneider (EJA) através de grupos de escuta que trabalharam a violência de Estado ontem e hoje. Foram 4 encontros de preparação no primeiro semestre e 4 encontros de intervenção no segundo semestre. Há possibilidade de renovar o projeto, com vistas a trabalhar com os professores.

Participaram: Eurema Gallo de Moraes, Lísia Refosco, Giordanna Conte Indursky, Fernanda Zin, Maria Luiza Castilhos Cruz e Bárbara Conte.

Coordenadoras

Bárbara de Souza Conte
Eurema Gallo de Moraes
Marilena Deschamps da Silveira
Integrantes
Ágata Barbi
Gabriel Teitelbaum
Giordanna Conte Indursky
Gustavo Sada da Silva
Juliana de Azevedo Medeiros
Lisia da Luz Refosco
Mara Rodrigues
Márcio Pereira Cabral
Maria Izabel dos Santos Freitas
Maria Luiza Castilhos Flores Cruz