A Mente do Analista
Sobre psicanálise e psicanalistas
(Sissi Vigil Castiel)
A psicanálise tem uma dívida de gratidão com os psicanalistas que além de seu trabalho cotidiano se dedicam a escrever sobre os questionamentos que a teoria e a prática despertam e, assim, se materializam obras que nos servem de norte nos mares que atravessamos. Esse é o caso de Luís Claudio Figueiredo, autor de dezenas de livros e artigos que tem sido referência para os psicanalistas e que a agora nos brinda com uma nova produção intitulada A mente do analista, (2021, São Paulo, Escuta). O livro se constitui em um convite ao leitor a encontrar-se com a vitalidade que comporta o trabalho de um psicanalista.
Luís Cláudio parte da premissa de que a mente do analista é a condição essencial para um processo de análise, pois tudo o que pensamos sobre o inconsciente depende de que esteja funcionando. Para entender a mente do analista, o autor coloca o foco no encontro psicanalítico com todas as suas complexidades: a natureza do encontro, a temporalidade, a contratransferência, a questão dos atendimentos remotos e nas situações clínicas extremas quando entram em cena o pulsional e o traumático que demandam do analista um esforço de mentalização das experiências que não foram mentalizadas pelo analisando.
A originalidade do autor está na forma como aborda as possibilidades abertas para o enfrentamento dessas situações. Reconhece os limites clínicos e propõe estratégias que auxiliam a abrir novos horizontes. Tensiona conceitos e proposições técnicas de vários autores para abordar as vicissitudes do encontro analítico como um encontro entre inconscientes ou entre infinitos que procuram se expandir e não se reduzir as finitudes de suas consciências. A mente do analista necessita estar aberta ao acontecimento e ao inesperado, precisando conter um espaço para o sonhar e o brincar compartilhados.
Se por um lado o autor aborda a complexidade e as adversidades a que está exposto o analista, por outro dedica-se a demonstrar que o trabalho também proporciona experiências muito enriquecedoras. E, assim, finaliza seu texto sugerindo que, na melhor das hipóteses, a atividade analítica possibilita um incremento de nossa capacidade para sermos espontâneos. E, nessas condições, aproxima, de forma inovadora, nosso ofício com uma disponibilidade para a sublimação.
- Livro: A mente do analista
- Autor: Luís Cláudio Figueiredo
- Editora: Escuta
Conferência do lançamento do livro
A Mente do Analista
de
Luís Cláudio Figueiredo – Psicanalista do Círculo Psicanalítico do RJ
29 de maio/2021, sábado, 10h
On-line | Plataforma Sympla/Zoom*
Investimento
- Profissionais: R$ 120,00
- Estudantes: R$ 80,00
- Sócios da Sig: R$ 100,00
- Estudante membro colaborador: R$ 60,00
Duas vagas gratuitas destinadas a estudantes de graduação beneficiários de programas oficiais de apoio e/ou auxílio financeiro à vida estudantil. Essas duas vagas gratuitas serão preenchidas por ordem de inscrição, e a inscrição se dá pela secretaria através de documento que comprove o benefício.
Informações e inscrições
On-line: www.sympla.com.br/sig
E na Secretaria:
– E-mail: sig@sig.org.br
– Whatsapp das 7h30 às 16h30: (51) 98039-0115
– Whatsapp das 12h às 21h: (51) 99627-9382
Marque seu interesse na página do evento no Facebook:
fb.com/sig.psicanalise/events
A conferência “A mente do analista” marca o lançamento do mais recente livro do psicanalista Luís Cláudio Figueiredo.
Autor de dezenas de livros e artigos, Luís Cláudio é, sem dúvida alguma, um dos principais autores da psicanálise brasileira. Na obra que dá nome a essa conferência Luís Cláudio afirma que a mente do analista é condição essencial do processo de análise. Segundo o autor, o que nos faz analista depende de algo que foi chamado de “enquadre interior”, o qual consiste numa certa disposição de mente que oferece um espaço e um tempo de escuta e pensamento protegidos.
Temas como O inconsciente hoje (sobre o objeto e sobre os desafios da escuta analítica hoje), A mente desse coitado (a partir da análise dos textos freudianos “Análise terminável e interminável” e “Construções em análise”), as vicissitudes do encontro analítico, a temporalidade, as questões que permeiam a mente do analista em nossa experiência do atendimento remoto, a problemática da contratransferência e suas adjacências, são alguns dos temas que Luís Cláudio aborda em seu livro e que estarão compondo a conferência que ele nos brindará no dia 29 de maio.
Para entender a mente do analista, cabe-nos colocar o foco no encontro psicanalítico em si mesmo, com todas as suas complexidades, incertezas, turbulências e desafios. É um trabalho complexo e interminável, que traz perigos para o equilíbrio narcísico do analista, produz fadiga física e mental, às vezes, mal-estar, e eventualmente, acarreta riscos de adoecimentos (Fliess, 1942, p. 685, nota 8), mas também proporciona experiências muito enriquecedoras para o analista. Freud em 1937 chegou a denominar o analista de “esse coitado”.
(citação do livro)
*Acesso através do e-mail de confirmação da inscrição ou através de conta gratuita no Sympla. Necessita app Zoom instalado.
Veja no e-mail que será enviado para confirmar a inscrição ou clique neste link para conferir como acessar o evento após a inscrição: ajuda.sympla.com.br/hc/pt-br/articles/360041726311